quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Parabéns, Internacional! Parabéns, nação colorada!

Hoje o assunto não poderia ser outro, senão o Futebol. Ainda que eu seja dos Gremistas mais fanáticos, não hesitarei em deixar esta data passar em branco. Dia 18 de agosto de 2010, o Internacional de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, conquista pela segunda vez a Taça Libertadores da América. Trata-se do quarto título continental que vai parar em solo gaúcho. Motivo de orgulho? Não! Um motivo para acentuar cada vez mais a rivalidade. Isto, para a maioria. E eu, não faço parte desta maioria.

Recordo-me muito bem da época quando a torcida do Grêmio cantava “chora macaco imundo, que nunca ganhou de ninguém”. Entretanto, desde 2006, esta música perdeu a sua eficácia e o prazer em ser cantada. Nesse ano, o Inter ganhava o seu primeiro título Internacional e começava a fazer jus ao seu nome e a trilhar um caminho vencedor.

Particularmente, não sou um grande adepto da rivalidade. Defendo que ela serve para tornar o futebol um esporte apaixonante, contudo, desde que ela seja saudável e eivada de respeito, o que não ocorre no Rio Grande do Sul.

Quantas vidas já foram perdidas em decorrência de discussões de torcedores rivais? Quanta violência, agressão física e moral? Não tenho dados, mas acredito que sejam números estarrecedores.

Hoje é um dia no qual começarei a sentir muita saudade da minha infância e da minha adolescência, quando eu torcia para um time vencedor e do período no qual eu não media esforços para discutir futebol com ninguém, porque contra fatos, não haviam argumentos. O Grêmio era Bi-Campeão da Libertadores, Campeão do Mundo, Campeão da Recopa Sul Americana, Bi Campeão do Campeonato Brasileiro, Tetra-Campeão da Copa do Brasil, entre tantos outros títulos. Enquanto o Internacional, não conseguia provar o nome “Internacional”, sendo que muitas vezes o chamei de Nacional de Porto Alegre.

Quando o Inter chegou a final da Libertadores, no ano de 2006, eu era um torcedor extremamente fanático e anti-colorado, tanto que após a tentativa infrutífera de secá-lo, tranquei-me no meu quarto e não queria falar com absolutamente ninguém. Desliguei meu telefone e desapareci da internet. Fiquei visivelmente abalado, porque mesmo antes deste título, alguns colorados discutiam futebol e alegavam veementemente que o Internacional era superior ao Grêmio. O que gerava um grande discussão. Uma grande perda de tempo.

A minha sinceridade impede de eu me omitir. Eu não esqueço das coisas que eu falava para eles: “O dia em que vocês tiverem duas Libertadores e pelo menos um Mundial, venham falar comigo”. Hoje, isso aconteceu. Hoje, Grêmio e Internacional estão praticamente iguais em títulos internacionais, se compararmos a Copa Sul Americana aos diversos inexpressivos títulos internacionais ganhos pelo Grêmio na década de 90. Eu não vou ter a covardia de querer discutir futebol agora. Hoje, eu mudei todo o meu discurso. E diferente de muitos, eu assumo: Hoje, o Internacional é maior do Rio Grande do Sul, quiçá o do Brasil e, sobretudo, é o dono da América.

Inobstante o fato de ter ganho a Libertadores, tem plenas condições de conquistar, outra vez, o Mundo. Nos tempos em que o Grêmio era grande, em que o Grêmio era o maior, eu nunca tive o prazer de ouvir de um colorado: “que sorte tu tens de torcer para o melhor time do Rio Grande do Sul/Brasil”. Eu nunca ouvi isso. Mas tudo bem, eu tenho para mim, que fatualmente éramos.


O momento que o Internacional vive hoje é intocável: um clube que possui mais de 100 mil sócios, jogadores recém chegados do exterior, estrutura de time grande, estádio escolhido para sediar jogos na Copa do Mundo, etc. No entanto, existe alguém que merecia há muito tempo este título: o treinador com fama de derrotista, Celso Roth. Um excelente profissional, apaixonado por futebol e sobretudo, um dos mais trabalhadores do Brasil. Embora tenha comemorado um título pelo meu rival, é um treinador no qual terá sempre a minha admiração.

Mas hoje, não me resta outra alternativa, senão parabenizar toda a nação colorada por este momento. Momento este que eu já vivi e sei muito bem o quão bom é. Solte o grito da garganta torcedor colorado, encha o peito de orgulho e diga: O Internacional é o maior, é o orgulho do Rio Grande do Sul e do Brasil. Este posto, que antes era do Grêmio, agora é teu. Mas cuidado, o Tricolor gaúcho e nós torcedores, faremos de tudo para recuperar esta posição. Enquanto isso, façam um ótimo proveito. E aprendam, assim como eu aprendi: O futebol é fase, então jamais use os advérbios: nunca e sempre, porque eu acreditava piamente que o Grêmio nunca ia perder este lugar e que sempre seria o melhor. Salvo engano. 

Tenham todos uma ótima quinta-feira.

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